sábado, 26 de setembro de 2015

ser a tua almofada, teu repouso. deixa de desperdiçar tempo com problemas inúteis, sonhos mirabolantes, estranhas formas de amar. tenho-te saudades, tenho até saudades do que te conhecia mas conheço-te tão bem que até mentalmente calcorreio cada linha da tua mão, qual vidente ansioso por te completar o destino. patati-patatá quando éramos pequenos dizíamos ver uma casa, um carro e, por fim, uma estranha piscina. tolos, inocentes, soubesse eu que basta apenas um sorriso, uma pequena mão dada e uma habitação dentro de ti para que eu faça sentido. vem, vem cá e deixa que te ame.
vem, vem cá vem ser feliz. sai, foge dessa pequena gaiola que não é tua, que estranhas a cada hora que passa. quero que sorrias, rias quando puderes. que não faças caso da chuva lá fora e se tal for preciso, ensinar-te-ei a amar a chuva também. vou também mostrar-te que as cores fazem parte do mundo, que nem tudo tem de ser a preto e branco. alvorecer-te a alma, beijar-te o corpo, olhar-te nos olhos e aquecer-te o peito.
deixa-te cair, descansada. o pior já passou, prometo que já passou e comigo aqui quem ousará fazer-te mal? fecha os olhos e deixa, deixa-me abraçar-te essa dor, faz-me parte dela, dou-te a mão fugimos juntos. deixa-me ser a tua almofada, teu repouso.


com amor, sempre amor
óilifantes

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

fazer força, em ponteiros de relógio. às vezes custa, às vezes dói. pequenos gestos tornam-se difíceis de guardar. grandes, gigantes, alimentam-se da falta que me fazes. um abraço, dois abraços, um beijo, dois beijos, mãos dadas, pés enregelados aquecidos. às vezes, minto, quase sempre um sorriso e uma boa noite. é disso que se faz o amor. um jantar, com bastante luz que eu nem gosto de velas e tenho medo de te perder no escuro.
corre o tempo no calendário, tic tac. dia não, dia não, é dia sim e eu sei que vou ser feliz, contigo. olá para quê, nem te pergunto como estás. fazes parte de mim e conheço-te de trás para a frente, fazes parte dos meus dias mesmo que o teu lugar não seja este.
aquece-me, faz-me falta o alvoroço que me crias na barriga. deixa-me olhar para ti, abre-me a porta. deixa-me agarrar-te, prender-te, fazer-te minha. deixa que o mundo pare, que o tempo seja nosso, que pare. espera um bocado, venho já. vou só ali um bocadinho. fazer força, em ponteiros do relógio.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

ficas-me bem, fico-te bem. às vezes apetece-me chamar por ti porque o teu lugar é aqui, ao pé de mim. nunca gostei muito de corações que prendem, sabes? mas percebo o quão difícil é, o quão desconfortável pode ser largar um pouco mais. diz que não, fica. pede para ficar. mas não, não é só uma vontade que reina e ainda há quem acredite que o destino se pode agigantar. assim, seja, longe das grades que o coração impõe e que a mente, turva, turva. mas queres ficar.
não, não te esqueças de mim. não quero que te esqueças de mim, nunca. tal como não me esqueço de ti, como te recordei ontem. como te recordo hoje. como te vou recordar amanhã.
o tempo leva-te as feições e vou perdendo os teus sorrisos, um a um. talvez um dia não me recorde nunca mais da maneira como sorris, da forma como me conquistaste. e o medo.
fica, quero que fiques. a minha voz respeita-te as vontades mas quero que fiques. porque eu amanhã não sei e é tão fácil perder-te por entre espaços, entre dedos. e a minha memória não é de elefante, tem guelras. se antes fosse capaz de te mostrar, de te dizer ficas-me bem, fico-te bem.

e no fim, um borrão.