domingo, 13 de dezembro de 2015

Gosto de ti. Gosto muito de ti. Amo-te. Amo-te para sempre.

o amor não tem só quatro fases. há uns tempos li algures numa frase, não sei onde, se numa série, num filme ou num vídeo. o homem dizia à mulher - eu amo-te mas às vezes não gosto de ti. e por alguma razão encontrei sentido naquela frase. faz sentido. uma pessoa às vezes erra e tem direito a isso. e aquele erro pode ser completamente contra tudo o que eu sempre admirei na pessoa que amo. não deixo de a amar. naquele dia, simplesmente, não foi ela própria e, portanto, não gostei dela naquele segundo. o amor não tem só fases boas. é isso que quero dizer.

só chegas à boas se passares pelas menos boas.

o amor não deve ser algo fácil. amar não é só amar. é saber que se ama mesmo quando não se gostou. o amor raramente se encontra a si próprio de imediato mas pode encontrar-se depois de construído. não, não tem de ser fácil. e hoje não gostei de ti, mas amo-te. aliás, sem - para não dar tempo à respiração. e assusta, abre lugar à decepção que pisamos prontamente com uma pegada de mimos, tudo para te ver sorrir.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

sábado, 28 de novembro de 2015

Em perdidos devaneios dou por mim a fixar a minha mão. Reparo que a minha face se contorce num pequeno movimento de compreensão, tal como os olhos assentem à tristeza que lhe reconheço. As mãos também podem ficar tristes. Onde há amor, há saudade, diziam-me. É isso, uma tristeza saudosista que a invade por te sentir longe.
Acabo por cair em mim, dentro de mim, apercebendo-me do quão contagiantes podem ser os sentimentos. E acabo por ouvir pequenos gritos de revolta daqui e dali, não se tivessem apaixonado os meus lábios ou o meu nariz. Sinto uma pequena saudade criada numa pequena esquina do amor que construí contigo.
No outro dia apanhaste-me a ver-te dormir. Gosto de te ver dormir, sabes? Ficas calma, adormecida, longe de todas as coisas que diariamente te assustam. Já alguém te disse que pareces gostar de entrar em sonhos? Ou não sabias que os recebes sempre com um inocente sorriso? Gosto de imaginar onde poderás estar tu agora. Se me deixaste para ir ter comigo. Calcorrear-te o rosto marcado, onde tenho promessas de beijos.
No outro dia acordei a meio da noite. E deixei-me ficar, simplesmente. Fugi-te a meio de um sonho e tu vieste atrás de mim. Quando os meus olhos se abriram tu já me tinhas apanhado e repousavas a cabeça no meu peito, serena, feliz parecias. E eu senti que naquele dia, naquela noite, foste a namorada que eu nunca tive.

~10

domingo, 1 de novembro de 2015

“Before you can change the world, you must realize you are part of it.”
"O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti. Ser-se pessoa implica a tua mãe, as nossas pessoas, um desconhecido ou a sua expectativa. Sem ninguém no presente nem no futuro, o indivíduo pensa tão sem razão quanto pensam os peixes. Dura pelo engenho que tiver e perece como um atributo indiferenciado do planeta. Perece como uma coisa qualquer."

- Valter Hugo Mãe, A Desumanização

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

não vou ser eu a desconhecer a falta que me fazes. diz-me a ciência que existem mundos em que tu e eu não somos nós. assusta-me, a ciência. pergunto-lhe se está maluca. diz-me que não, que é possível. há mundos em que tu e eu não somos nós e eu questiono-me. longe da racionalidade diária,  se até os meus sonhos são feitos de um pequeno pó de nós. e a minha imaginação percorre campos, praias, montanhas, cidades. percorre carros, toalhas, sofás, jardins. percorre até ontem, hoje, amanhã e sempre. nós. assusta-me a ciência, diz-me que não sou capaz. mas eu sei que sou, que somos. somos capazes e em todos os cenários possíveis e imaginários, a minha razão diz-me que não há mundos em que tu e eu não somos nós.
amundeço-me aqui, deixa que me amundeça aqui. aqui onde faz sentido fazer sentido. e revolta a ciência dizendo que existem mundos em que tu e eu não somos nós. e eu acredito, ela diz que é possível, eu acredito. não quero acreditar, mas acredito. imagino-me a falta que me fazes. quando digo que te amo, é parte dessa falta que me fazes a falar. mas há mundos em que não te amo. em que não me amas. entristeço-me. por ti, por mim, por nós, pelo amor. o que é o amor sem nós?
a minha mente grita-me o que nem quero ouvir. entre versos de poesia e racionalidade, a ciência é bastante elucidativa. há mundos em que nem nos conhecemos. consegues imaginar, meu amor? eu também não. mundos em que não te tenho, mundos em que não sabes de cor as marcas do meu coração. mundos em que as nossas velhas fotografias não ficam a preto e branco. respondo-lhe, gritando ainda mais alto. não vou ser eu a desconhecer a falta que me fazes.

sábado, 26 de setembro de 2015

ser a tua almofada, teu repouso. deixa de desperdiçar tempo com problemas inúteis, sonhos mirabolantes, estranhas formas de amar. tenho-te saudades, tenho até saudades do que te conhecia mas conheço-te tão bem que até mentalmente calcorreio cada linha da tua mão, qual vidente ansioso por te completar o destino. patati-patatá quando éramos pequenos dizíamos ver uma casa, um carro e, por fim, uma estranha piscina. tolos, inocentes, soubesse eu que basta apenas um sorriso, uma pequena mão dada e uma habitação dentro de ti para que eu faça sentido. vem, vem cá e deixa que te ame.
vem, vem cá vem ser feliz. sai, foge dessa pequena gaiola que não é tua, que estranhas a cada hora que passa. quero que sorrias, rias quando puderes. que não faças caso da chuva lá fora e se tal for preciso, ensinar-te-ei a amar a chuva também. vou também mostrar-te que as cores fazem parte do mundo, que nem tudo tem de ser a preto e branco. alvorecer-te a alma, beijar-te o corpo, olhar-te nos olhos e aquecer-te o peito.
deixa-te cair, descansada. o pior já passou, prometo que já passou e comigo aqui quem ousará fazer-te mal? fecha os olhos e deixa, deixa-me abraçar-te essa dor, faz-me parte dela, dou-te a mão fugimos juntos. deixa-me ser a tua almofada, teu repouso.


com amor, sempre amor
óilifantes

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

fazer força, em ponteiros de relógio. às vezes custa, às vezes dói. pequenos gestos tornam-se difíceis de guardar. grandes, gigantes, alimentam-se da falta que me fazes. um abraço, dois abraços, um beijo, dois beijos, mãos dadas, pés enregelados aquecidos. às vezes, minto, quase sempre um sorriso e uma boa noite. é disso que se faz o amor. um jantar, com bastante luz que eu nem gosto de velas e tenho medo de te perder no escuro.
corre o tempo no calendário, tic tac. dia não, dia não, é dia sim e eu sei que vou ser feliz, contigo. olá para quê, nem te pergunto como estás. fazes parte de mim e conheço-te de trás para a frente, fazes parte dos meus dias mesmo que o teu lugar não seja este.
aquece-me, faz-me falta o alvoroço que me crias na barriga. deixa-me olhar para ti, abre-me a porta. deixa-me agarrar-te, prender-te, fazer-te minha. deixa que o mundo pare, que o tempo seja nosso, que pare. espera um bocado, venho já. vou só ali um bocadinho. fazer força, em ponteiros do relógio.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

ficas-me bem, fico-te bem. às vezes apetece-me chamar por ti porque o teu lugar é aqui, ao pé de mim. nunca gostei muito de corações que prendem, sabes? mas percebo o quão difícil é, o quão desconfortável pode ser largar um pouco mais. diz que não, fica. pede para ficar. mas não, não é só uma vontade que reina e ainda há quem acredite que o destino se pode agigantar. assim, seja, longe das grades que o coração impõe e que a mente, turva, turva. mas queres ficar.
não, não te esqueças de mim. não quero que te esqueças de mim, nunca. tal como não me esqueço de ti, como te recordei ontem. como te recordo hoje. como te vou recordar amanhã.
o tempo leva-te as feições e vou perdendo os teus sorrisos, um a um. talvez um dia não me recorde nunca mais da maneira como sorris, da forma como me conquistaste. e o medo.
fica, quero que fiques. a minha voz respeita-te as vontades mas quero que fiques. porque eu amanhã não sei e é tão fácil perder-te por entre espaços, entre dedos. e a minha memória não é de elefante, tem guelras. se antes fosse capaz de te mostrar, de te dizer ficas-me bem, fico-te bem.

e no fim, um borrão.

terça-feira, 28 de julho de 2015

por vezes, não faz mal em seres pequenina. às vezes é preciso, às vezes sabe bem. há dores que embrulhadas deixam um pequeno grande travo amargo na boca e que fogem ao pingo do nariz. e não é isso que quero de ti, que enchas o peito de uma adultez desnecessária presa às amarras do mundo.
hoje abraço-te e deito-me aqui, ao pé de ti. faço-te companhia o tempo que for preciso, quanto tempo quiseres, faz bem esperar por ti. não há mal nenhum em ficar à espera, no entretanto vou roubando fiapos de cabelo e espaço ao teu aconchego. vejo que o carinho confunde-se com o meu olhar e tu já não és tão pouco maior. sabes que para sermos grandes, podemos os dois ser um. sem saber bem como, nem quando ou porquê.
por mais longe que vás, por mais próximos que estejam os nosso corações. são eles os dois que parvos sorriem em jeito de primavera. o mundo é um lugar chato e feio e o paraíso um simples dar-te a mão. estás a ver, já não és tão pequenina assim e é tão bom o travo doce na boca. canta comigo, essa luz pequenina vou deixá-la brilhar. às vezes é preciso, às vezes sabe bem. por vezes, não faz mal em seres pequenina.

com amor, nunca desamor
homecoming heart

segunda-feira, 20 de julho de 2015

às vezes rio-me sozinho, quando me perco em devaneios próprios de meninos que não da minha idade. às vezes acontece, por momentos volto atrás no tempo, às tardes em que os bonecos ganhavam vida nas minhas mãos e salvavam o mundo, inteiro. mais imaginação, menos imaginação, rio-me quando te vejo em cima de um cavalo branco, de espada na mão a enfrentar dragões. só não salvas donzelas porque eu estou mesmo muito longe de ser uma, caso contrário, serias a heroína preferida de muitos. por enquanto, vais sendo a minha e espero que assim continues durante muitos bons e largos anos.
nunca te tinha dito? és a minha heroína de espada de papel. e admiro-te, todos os dias em que corres para a rua à procura de algo melhor, para ti e para os outros, de ser melhor, para ti e para os outros, de um mundo melhor, para ti e para os outros.
é estranho, tão estranho. mas o que todos vêem, eu vejo ainda maior. e se não fosses tu, minha heroína, que te fazes forte todos os dias e o fazes por mim e por ti, por nós, tu que tanto fazes por nos proteger e cuidar. e é por isso que te vou inventando histórias ao mesmo tempo que guardo, com afinco, as vitórias que conquistas todos os dias. um dia explico, a quem quiser saber, que as mãos calejadas e as rugas que te adornam são simples troféus que te fazem maior. um dia. por enquanto, dou asas à imaginação, conto-te em histórias e às vezes rio-me sozinho.

com amor, por amor.
homecoming heart

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Que o meu coração só tem olhos para dizer que te amo. ou amote, assim sem espaços ou revés. sôfrego tal e qual vontade ávida que tenho em conquistar-te todos os dias, fazer-te feliz todos os dias, dizer que te amo. todos os dias.
vou fazer-te tão minha que um dia vamos ser poemas de um qualquer poeta. calcorreio-te os lábios, diz ele, vagabundo-me pelo teu corpo, escreve ele. ah, o teu corpo. qual pequeno miúdo sou a brincar num parque de diversões. os teus olhos, podia ficar aqui horas a descrever os teus olhos castanhos escuros, aguarelas onde já ousei ver traços meus. o teu nariz, um escorrega de lábios, de dedos, deste meu sorriso que é teu. ou até os teus lábios. tenho medo de gastar os teus lábios. e se um dia já não há lábios para ninguém? não, deixa-me aproveitar enquanto posso.
quero que o nosso amor nos seja inato. e penso que nada melhor do que fazer de mim casa, onde te sintas bem aconchegada. um beijo e um abraço chegam, às vezes sinto-me inocente como criança, como estar parado e voar. anda, a próxima valsa é nossa. e por mais trambolhões, pés torcidos e joelhos esfolados por esse caminho fora, quero que saibas uma coisa, que o meu coração só tem olhos para dizer que te amo.

por amor, com amor.
homecoming heart

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Porque do amor, sabemos nós. bem longe do amor de hollywood, dos livros e histórias de encantar que nos prometeram quando o mundo parecia grande de mais para nós. hoje parece tudo mais fácil, somos nós que somos grandes de mais para um mundo que, sempre que queremos (e tu sabes que queremos muito) se faz pequeno. tão pequeno que dois simples passos me trazem o amor ao meu lado.
são tantas as vezes que me fazes falta, que olho à volta à procura de uma distração que me leve para longe da falta de ti. digo-te tantas vezes que sou capaz de tudo, mas minto, tantas vezes que não sou capaz de tanto. não sou capaz de passar um dia sem te falar, não sou capaz de passar um dia sem saber de ti, não sou capaz de passar um dia sem te ver, não sou capaz que tal incapacidade é proporcional ao tamanho do meu amor por ti. enorme.
sim, acho que gosto de ti. o suficiente para dizer que te amo. e, garanto-te, isso já é tanto de mim que ainda hoje me pergunto se foi a tarefa dantesca de dizer que te amo que te conquistou. a mim custou tanto, a ti custou tão pouco que ainda hoje acho que só tenho louros a repartir com a sorte. a sorte de te conhecer, a sorte de reparares em mim, a sorte de poder ser eu a adormecer-te, a sorte de te ter ao meu lado, a sorte.
foste, és e serás sempre diferente. somos dois diferentes num mundo de iguais. e conhecer-te diferente faz-me acreditar que vale a pena lutar todos os dias por um amor inadiado. e acredito veemente que lá fora poucos se apercebam de tanto. não faz mal porque do amor, sabemos nós.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Aquele abraço que o tornaste despedida. para mim era tão somente mais uma forma de dizer que te amava. nem tanto talvez apenas um abraço casual, simples, mundano para te mostrar que amanhã o que eu mais queria era fazer de ti feliz. parecia-me tão simples. todos os dias me convencia de que sim, eras tu. não só eras tu como éramos nós. o tempo não existia, foi invenção alheia à procura de ser peça num puzzle perfeito. uma, duas, três conversas. era tão fácil falar contigo, mais do que isso era tão fácil dar-te a mão, ficar a olhar para ti. entendias-me. e eu pensava que te entendia. contigo sentia ter direito a ser feliz, mais do que isso a ser feliz para sempre. é fácil quando o tempo não existe.
já passou tanto tempo que hoje já não sei que nome te dar. podias ser cátia, diana, filipa, tânia, susana, inês. um destes nomes assentava-te tão bem. era teu desde que abriste os olhos mas não era nosso. comigo tinhas um diferente, um segredo de todos.
sempre quis ter alguém que tocasse para mim. piano, contrabaixo, violino. talvez fosse aquilo que mais amava em ti. uns esguios dedos tímidos à procura de um acorde coordenado com o bater dos nossos corações. alguém que me fizesse rir, que fizesse de uma gargalhada alimento. alguém com aquele simples jeito que não tem jeito nenhum mas que faz sentido assim desse jeito.
ah, mas o amor não é justo. talvez o problema tenha residido aí, em tudo o que eu queria. tudo o que eu ousei fazer de ti eras apenas tu sentada em cima de uns quantos sonhos meus. tu não eras tu e nunca foste tu, eras apenas um nome que te inventei e um abraço de amor que tornaste, comigo, despedida.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Meia dúzia de tristes fins. a casa há muito que deixou de ser casa apesar de ainda ser tua. Apesar de eu ter tentado, veemente, fazer dela uma outra casa que não fosse tua ao mesmo tempo. não, a casa é tua porque sempre foi tua. ontem decidi fazer-lhe uma visita. por necessidade, sempre por necessidade porque a vontade sempre doeu. ontem decidi fazer-lhe uma visita, abrir a porta e espreitar onde andas tu. não, aquela já não é a tua casa mesmo que ainda seja tua. aquilo nem uma casa é. é apenas um monte de pedras, um conjunto de móveis, alguns azulejos e um par de janelas. o chão está sujo,
há várias portas abertas e nota-se que ninguém lá põe os pés há muito tempo. consigo contar mil e uma histórias em outros tantos sítios dentro daquela não-casa. a cama onde dormi, as escadas onde caí, a lareira que cheguei a ver acesa, o porão onde tinha medo de ir, o escritório que conheceu as tuas palavras, (...)
o silêncio é rei agora. fez um pacto com o vazio e apoderaram-se, juntos, daquilo que deveria ser para sempre teu num tempo qualquer sonho ou fantasia.
abri a porta de um armário. uma aranha cumprimentou-me e perguntou o que é que eu estava ali a fazer. disse-me que há muito tempo não via vivalma, depois fugiu por entre pratos, travessas.
no quarto estão sacos e malas no chão. malas por fazer, malas feitas à espera de viajar. não gosto daquele quarto, quase que bato com a cabeça no tecto. 
esta não-casa já não me chama. não, esta não-casa já não tem tanto de ti. mas talvez seja mais simples do que isso, do que possa parecer. a tua casa nunca foi a tua casa, fomos nós. e tu continuas em casa, a casa continua a ser casa e será sempre a tua casa. viveste-me.